sábado, 10 de março de 2012

            Ela alimentou a minha ilusão de que iríamos ao teatro juntos. Cortei meus pelos, barba e bigode. Engraxei minhas botinas velhas... Enfim, preparei-me para vê-la à noite.
            Mas, um “imprevisto” aconteceu, disse ela. Podemos marcar para outro dia, completou. Inocente que sou, respondi-lhe: - Ok. Um barzinho e um violão sempre caem bem.
           Vinha caminhando pela calçada de uma das avenidas mais movimentadas de Fortaleza quando pisei em um papelão velho. Um cara estava perto e reclamou:
-Ei! não pise aí! Você anda por cima da sua cama calçado com essas suas botas sujas?
- Não.
- Então, não pise na minha também, ora!
           A mãe ao sair de casa, logo cedinho, quando passou pelo cachorro, disse: - Esses bichos passaram a noite fazendo zuada... Eu não sei que zuada era essa... E o Calebe, muito experto que é, respondeu-lhe de prontidão: Mãe, chama-se Au-Au!
            Sentado de junto à janela, como de costume, já com meus 64 anos de vida (muito bem vividos), algo mereceu a minha atenção...
            Um garotinho, por volta dos sete anos de idade, todos os dias voltava pra casa com algumas pedras nas mãos e nos bolsos. Resolvi, então, perguntar-lhe: - Por que você leva essas pedras para casa, menino? Respondeu-me, sem pestanejar: -Estou juntando as pedras do meu caminho para que, quando crescer, eu possa erguer uma grande muralha pra mim proteger.