quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O dia que não amanheceu

Acordei! Ou melhor, minha tia me acordou.
Disse-me que fosse comprar o pão. Ageitei-me, peguei o dinheiro e fui, com cara de sono.
Escolhi os seis pães, peguei o musarela e o presunto.
Ao chegar ao caixa, perguntei: -­Moça, que horas? Por favor. Ela sorriu-me agradecida por ter chamado-a de "moça", pois ela já não era mais tão jovem como outrora. E respondeu-me: -São 10:00h.
                                        -Mas, já!?
                                        -Pra mim: "ainda". Pra você: "Já". Que parece que acordou agora. Eu... ainda tenho o dia todo de trabalho... E com olhar de estranhamento, comentei: -Mas, parece até que ainda é 06:30h! e sorri...
Paguei as compras, recolhi as sacolas a saí sorrindo (sem acreditar que já eram 10:00h).
Agora, olho pro relógio da parede e vejo 16:50h. Olho pela janela e ainda vejo 06:30h
Hoje vai anoitecer sem ter o dia amanhecido.

Um comentário:

Iazmin disse...

- Me deliciei ao ler essa crônica Muller (: Muito mesmo, coisas cotidianas escritas, manipuladas por quem sabe escrever, descrever. Parabéns !